Quando nos referimos à exploração do turismo em localidades periféricas como a Rocinha, logo imaginamos um grupo de turistas trajando suas bermudas cáquis, municiados com suas câmeras fotográficas, buscando registrar a miséria do lugar. A cena descrita constrange qualquer pessoa. Mas são os moradores da Rocinha os mais atingidos. Estes vêem sua intimidade violada por olhares estrangeiros ávidos pelo exótico. No entanto, por mais grotesco que seja o espetáculo, ele é uma realidade. É necessário mudar a concepção do chamado Favela Tour, transformando a ida de turistas a espaços marginalizados não em uma forma de apresentação de nossa paisagem exótica, mas, principalmente, em uma possibilidade de geração de renda para os moradores. Hoje, são inúmeras as famílias que produzem artesanato, peças de vestuário, enfim, uma sorte de produtos que são comprados por esses visitantes. O turismo, em localidades como a Rocinha, pode ser uma das principais fontes de renda para uma parcela significativa da população, desde que explorado de forma digna e ética. Nunca menospreze a capacidade de desenvolvimento que a atividade turística pode proporcionar a uma certa localidade. Seus beneficios são as garantias de uma população saudavel e comprometida com o meio ambiente. Vale a pena acreditar nesta força. Texto de Paulo R.T. do Patrocínio. Adaptado por Ed.Alípio - Turismólogo.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
Turismo em Mogi Mirim e região
O turismo é umas das mais relevantes atividades econômicas do País. Tal importância sugere o desenvolvimento de políticas públicas que favoreçam o crescimento sustentável, por meio de benefícios que contemplem à sociedade e à economia de uma região. Para tanto, necessita-se da formação de especialistas que possam atuar como consultores na elaboração, formulação e avaliação de tal medida. O Estado de São Paulo, em especial a região da baixa-mogiana, tem um potencial turístico imenso, mas carece de instrumentos políticos que estimulem e fomentem o desenvolvimento sustentável por meio do turismo. É importante observar a relevância da elaboração ou formulação de políticas públicas de turismo adequadas para cada localidade, levando-se em conta a potencialidade turística, as deficiências, as condições favoráveis, a situação da população e quaisquer outros entraves técnico-burocráticos.
Mogi mirim tem elementos suficientes para o desenvolvimento de uma atividade turística racional e sem grandes investimentos. Devemos partir do princípio que o município já possui alguns atrativos e que os mesmos necessitam de serem reparados e devolvidos à população viabilizando a atividade de turismo.
Este processo demanda tempo, conscientização local, capacitação de agentes multiplicadores, empreendedorismo, gestão pública eficiente e o principal que é o planejamento técnico. Não é apenas criar algo e disponibiliza-lo, mas sim transformá-lo em ações que possam gerar um conjunto de reações do tipo: emprego, renda, desenvolvimento econômico-social, arrecadação tributária e etc.
Jamais subestime o turismo; ele é conceituado mundialmente como fonte propulsora para o desenvolvimento sócio-econômico de uma localidade. Tal fato é comprovado por diversos exemplos que estão diante dos nossos olhos: Holambra que se tornou um estância turística; Varginha(MG) que se aproveitou da mídia feita a respeito de um E.T. para fomentar o turismo; dentre muitos outros exemplos. É chegada a hora de parar os pensamentos e colocá-los em prática, porque o turismo de Mogi Mirim e região já é possível. Basta abrir os olhos!
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Vandalismo em patrimônio público
Quero iniciar este artigo falando
sobre alguns fatos que venho presenciando no NIAS (Núcleo Integrado de Atividades
Sociais) de Mogi Mirim. Faço minhas caminhadas diariamente pelo núcleo e noto o
descaso das autoridades em relação a manutenção física do local e a falta de projetos/programas sociais ligados
ao esporte e ao turismo que venham de encontro aos adolescentes que estão
ociosos no período de férias escolares. Claro que existem algumas práticas
esportivas, mas são esporádicas. Atualmente o esporte encontra-se solidamente
inserido na sociedade, sendo o mesmo considerado um fenômeno sociocultural e
entendido como um direito social. De acordo com o art. 217 da Constituição
Federal, “é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não
formais, como direito de cada um” (BRASIL, 1988). Apesar de um dever do Estado,
podemos observar que a promoção de práticas desportivas não se dá apenas pelos
órgãos públicos. Nós como cidadãos devemos manifestar nossos interesses para o
incentivo de jovens, a fiscalização e preservação local. Foram diversas vezes
que, passando pelo Nias, tive que parar meu carro e chamar a atenção de
adolescentes que estavam depredando e praticando vandalismo neste patrimônio
público. Adolescentes que poderiam estar inseridos em projetos/programas com
funções de entreter e afastá-los de males como evasão escolar e drogas. Já
citei em outros artigos que não basta apenas criar "pracinha ou
parquinhos", tem que haver uma ação direta através de projetos e programas
contínuos que evitem, ou que pelo menos, possam inibir a ação de jovens que
desrespeitam aquilo que pertencem a si mesmos. A conscientização não aplica-se
apenas na escola, mas também no núcleo familiar, nos centros comunitários e nas
Ongs. Não posso deixar de citar que a má "gestão" humana também tem
sua parcela de culpa, porque nem sempre o dinheiro e o material irá suprir um incentivo,
uma motivação ou uma palavra de superação direcionada a adolescentes. Somos nós
que devemos ensiná-los e jamais desampará-los. Políticas esportivas para
crianças e adolescentes tem sido alvo de organismos públicos, privados e de
terceiro setor (BRETÃS, 2007; GUEDES et al., 2006; MELO, 2004). Contudo há uma
ingerência ou um vício de projetos/programas mirabolantes e superfaturados que
são aplicados ou executados de forma incorreta e sem alcançar seus objetivos.
Certamente existem ações positivas e que estão de parabéns, porém são
insuficientes para atenderem a demanda de um município que está a beira dos 90
mil habitantes. Aos futuros governantes vale a
pena fortalecer que o turismo, a cultura e o esporte são elementos essenciais
para uma comunidade saudável e menos agressiva.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Turismo e o seu desenvolvimento local
Desenvolver o turismo não é nada fácil, mas também não é nada tão complicado assim que não possa ser resolvido. No ano passado fui convidado a participar de um evento sobre o desenvolvimento do turismo de nossa região e logo percebi o desinteresse por parte de alguns empreendedores, se assim posso chama-los. Percebi que certos profissionais estavam preocupados em pegar a dinâmica do turismo de Mogi Mirim já pronta e sem colocar a mão na massa. Como se houvesse uma totalidade de responsabilidade por parte do setor público local. Ora, já que se trata de uma atividade conjunta, então por que essa falta de maturidade e muito menos interesse de prestar alguma colaboração, até mesmo com ideias, para o nosso turismo? Pelo o que entendi das poucas palavras e reações dos participantes foi o seguinte: “o que estou fazendo aqui?” ou “Tenho muito mais coisas para fazer, do que ficar aqui dando sugestões” ou também “Estou com o meu cliente na agência e não posso ficar aqui”. É Incrível como as pessoas se esquivam de assuntos que venham ao encontro do próprio desenvolvimento da atividade, mesmo sendo algo para o futuro.
É por isso que existem pessoas sérias e comprometidas com as atividades que contribuem com o desenvolvimento socioeconômico, o meio ambiente, a comunidade, tudo isso através do turismo e a cultura.
Espero que esses empreendedores tenham uma mente brilhante, mais aberta e aguçada para entender que qualquer tipo de mudança causa medo, mas é um medo prudente para nos alertar até onde podemos chegar. No caso da nossa região podemos ir muito além da nossa imaginação, digo isso porque existem elementos fundamentados, e de sobra, como por exemplo: o governo esta injetando milhões no turismo e acreditando nas nossas potencialidades existentes, além da comunidade estar carente de atrativos, dentre outras coisas. Então a grande pergunta é: Por que fazermos corpo mole diante dessa realidade?
Posso debater, com muita propriedade, sobre os males que entravam o nosso turismo local. Algumas causas são a falta de iniciativa contínua por parte das ações oferecidas pelos órgãos que auxiliam os empreendedores, o desinteresse por parte de alguns setores comerciais, enfim, são diversas objeções e tabus que devemos ter coragem para enfrenta-los e colocar em prática os benefícios do turismo que são: emprego e capacitação para a comunidade, geração de renda e captação de recursos para os cofres públicos. Turista traz dinheiro e progresso para o município. É uma questão de planejamento.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Prestigiar sempre, ignorar, jamais!
No início do mês de julho fui convidado a prestigiar como cidadão e avaliar como profissional (Turismólogo), um evento realizado pela comunidade do bairro Mogi Mirim 2, zona leste de Mogi Mirim/SP - a tradicional festa Julina/2012. Como cidadão fiquei satisfeito com a presença de muitos moradores do bairro, apesar do friozinho que até zunia nos ouvidos. Todos felizes e trajados como manda o figurino, o famoso pau-de-sebo, a fogueira, o noivo fujão e bêbado, como sempre, a noiva desesperada para não perdê-lo de vista e os convidados ansiosos para o grande momento: a dança da quadrilha! Com o comando do ilustríssimo professor Sampaio, logo começou a festança e todos puderam se deleitar com o ápice do evento. Neste ponto de vista posso tirar o chapéu para os moradores que mergulharam de corpo e alma no evento. Já no quesito como técnico pude observar algumas falha que poderiam ser evitadas com um pouco mais de capricho por parte dos organizados, que se doaram e fizeram o máximo para que o evento se realizasse. Posso citar aqui alguns pontos que vale um olhar com um pouco mais de atenção para que nas próximas festas (e eu estarei lá) não venham a acontecer.
Notei que o cálculo de bebidas disponíveis ao público para a venda foi feito errado. Houve um momento que fui comprar uma lata de refrigerante e já não tinha e as poucas garrafinhas de refrigerantes que existiam estavam sem gelo. Num outro momento o pipoqueiro ficou sem o milho para estourar as pipocas. Elas estavam guardadas num outro lugar fora do seu alcance. O chocolate quente não estava firme e concentrado, enfim, problemas que poderiam ser evitados com um planejamento mais aguçado, porque esta já é a décima quinta festa organizada pela comunidade. No ponto de vista "fator comunidade", houve uma dinâmica com todos os comprometidos à realização do evento: o carro de som, a cantora carioca, as barracas de quentão, os bolos caipiras, os vinhos quentes e etc. Contudo foi válido por haver uma comunhão entre todos ali presente e pelo espírito de trabalho em equipe de todos.
Pode e deve haver melhorias, ainda mais, com o auxílio do poder público (departamentos de cultura e turismo) em fornecer elementos básicos (barracas de tendas, banheiros químicos, cestos de lixos e etc.) para fortalecer eventos tradicionais como este. Mais uma vez tiro o chapéu para a comunidade do Mogi Mirim II. Parabéns. Deixo aqui a minha dica como profissional do turismo, e mais do que isso, como um cidadão.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
DNA Turístico
O esforço em sensibilização da sociedade para o turismo sustentável é primordial para a construção de novos paradigmas do desenvolvimento turístico na região de Mogi Mirim, em que se incorpora a efetiva participação das comunidades anfitriãs no processo de planejamento e organização do turismo. A sensibilização turística propicia oportunidades de atuação ativa da comunidade local em processos decisórios, propiciada pelo esclarecimento, compreensão e incorporação de conhecimentos básicos sobre os fenômenos associados à atividade turística, permitindo a consciência para a definição de rumos desejáveis e direcionamento do processo de desenvolvimento do turismo e da sociedade local. Criar novas alternativas é o mesmo que abrir um leque de oportunidades para o progresso regional, mas para isso deve haver iniciativas de gestores para a promoção de foruns e debates para tais discussões. Estamos ficando para trás em relação a alguns municípios vizinhos (Socorro, Bragança Paulista, Circuitos das Águas Paulistas e etc.), que recebem verbas "pesadas" através de projetos direcionados para o investimento do turismo. Estou organizando um grupo de profissionais para assessorar e fomentar políticas públicas que venham de encontro com o desenvolvimento urbano e na sociedade como um todo. Projetos, captação de recursos, planos e idéias, são apenas alguns dos pilares de sustentação de cidades que possuem em seu "DNA" a história, a cultura e o folclore para a vocação turística. Sejamos inteligentes para entender que todo município possui uma identidade cultural e que pode ser explorada e transformada num produto atrair muitos visitantes.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Turismo: treinar é preciso!
Já faz um tempo eu venho ministrando cursos e palestras que incentivam as pessoas a fazerem parte de um grupo seleto de interessados na atividade turística como agentes diretos e indiretos. Em 2010 tive o privilégio de ministrar um curso com 100% de aproveitamento por parte dos participantes. Numa apresentação simples e de praxe notei que todos foram unânimes em afirmar que Mogi Mirim não possuía nenhuma vocação turística e muito menos condições de se tornar um local receptivo de turista que aqui visitavam ou estavam apenas de passagem. Percebi também que ali era o momento exato de explicar fundamentos lógicos e práticos de que o município tinha sim uma vocação imperceptível aos nossos olhos e que deveríamos aguçar a nossa mente e o nosso olhar clínico para identificar os elementos dessa tal vocação. Naquele instante percebi a sede dos envolvidos em querer mudar e fazer parte da história turística do município e excluir muitas objeções sobre o tema.
Ao final de uma das dinâmicas e do curso houve alguns participantes que se emocionaram em saber que algo estava tão próximo deles e que nada foi feito por falta de informações ou até mesmo de uma gestão não tão eficiente. Eu também me emocionei muito ao ver resultados fantásticos daquelas pessoas em suas expectativas de querer fazer parte de projetos e ações correlatas ao turismo. Contudo foi necessário afirmar que elas estavam numa localidade carente de projetos apropriados para a prática de lazer, do esporte e de muitas outras modalidades do turismo e que poderiam a vir fazer parte da grade municipal de eventos. Atualmente temos algumas opções de lazer, mas são insuficientes para a demanda local com mais de 88 mil habitantes. É para se pensar em tudo, na conscientização dos munícipes de que o turismo é viável, no treinamento de agentes multiplicadores e inclusive na capacitação de mão-de-obra turística. Turismo não brincadeira, porque se fosse a união não incluiria o turismo dentro do plano de incentivo à economia aos mais de R$ 8,4 bilhões (saúde, habitação e turismo) segundo anunciou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Tudo isso é para se pensar e muito.
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