Quero iniciar este artigo falando
sobre alguns fatos que venho presenciando no NIAS (Núcleo Integrado de Atividades
Sociais) de Mogi Mirim. Faço minhas caminhadas diariamente pelo núcleo e noto o
descaso das autoridades em relação a manutenção física do local e a falta de projetos/programas sociais ligados
ao esporte e ao turismo que venham de encontro aos adolescentes que estão
ociosos no período de férias escolares. Claro que existem algumas práticas
esportivas, mas são esporádicas. Atualmente o esporte encontra-se solidamente
inserido na sociedade, sendo o mesmo considerado um fenômeno sociocultural e
entendido como um direito social. De acordo com o art. 217 da Constituição
Federal, “é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não
formais, como direito de cada um” (BRASIL, 1988). Apesar de um dever do Estado,
podemos observar que a promoção de práticas desportivas não se dá apenas pelos
órgãos públicos. Nós como cidadãos devemos manifestar nossos interesses para o
incentivo de jovens, a fiscalização e preservação local. Foram diversas vezes
que, passando pelo Nias, tive que parar meu carro e chamar a atenção de
adolescentes que estavam depredando e praticando vandalismo neste patrimônio
público. Adolescentes que poderiam estar inseridos em projetos/programas com
funções de entreter e afastá-los de males como evasão escolar e drogas. Já
citei em outros artigos que não basta apenas criar "pracinha ou
parquinhos", tem que haver uma ação direta através de projetos e programas
contínuos que evitem, ou que pelo menos, possam inibir a ação de jovens que
desrespeitam aquilo que pertencem a si mesmos. A conscientização não aplica-se
apenas na escola, mas também no núcleo familiar, nos centros comunitários e nas
Ongs. Não posso deixar de citar que a má "gestão" humana também tem
sua parcela de culpa, porque nem sempre o dinheiro e o material irá suprir um incentivo,
uma motivação ou uma palavra de superação direcionada a adolescentes. Somos nós
que devemos ensiná-los e jamais desampará-los. Políticas esportivas para
crianças e adolescentes tem sido alvo de organismos públicos, privados e de
terceiro setor (BRETÃS, 2007; GUEDES et al., 2006; MELO, 2004). Contudo há uma
ingerência ou um vício de projetos/programas mirabolantes e superfaturados que
são aplicados ou executados de forma incorreta e sem alcançar seus objetivos.
Certamente existem ações positivas e que estão de parabéns, porém são
insuficientes para atenderem a demanda de um município que está a beira dos 90
mil habitantes. Aos futuros governantes vale a
pena fortalecer que o turismo, a cultura e o esporte são elementos essenciais
para uma comunidade saudável e menos agressiva.
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