Expor reflexões sobre este tema é
preciso fazer parte desta realidade, porque somente pode expressar tamanha
dificuldade quem está inserido nela. No ponto de vista técnico pode-se dizer
que o nosso turismo está anos-luz de se tornar um país comprometido com este
perfil de turista que vem aumentando a cada ano que passa. Tempo atrás conheci
um cadeirante que me fez a seguinte pergunta: "Por que não há uma
estrutura específica para nós, cadeirantes, se pagamos impostos e viajamos como
qualquer outra pessoa?". Uma baita pergunta que exigiria uma baita
explicação dos órgãos responsáveis pelo turismo nacional. É fato que os
deficientes ou portadores de alguma necessidade física venham sofrer com a
falta de projetos ou ações que possam reverter a atual situação. No turismo é
muito raro encontrar atrativos que possam oferecer recursos a este público,
pois se exige uma dinâmica muito bem preparada para proporcionar o bem estar do
usuário. Um exemplo muito bem referenciado é o Parque dos Sonhos na cidade de
Socorro/SP, que vem chamando a atenção pela sua excelente gestão segmentada no
Turismo Adaptado. É um local rodeado
pela natureza, possui monitores capacitados para lidar com o público portador
de necessidade especial, infraestrutura condizente com o ambiente, enfim é tudo
que um turista especial necessita para sentir as mesmas emoções que um turista
comum possa também sentir.
As empresas privadas do setor
turístico estão muito tímidas em relação aos investimentos para esse segmento,
isso porque elas não imaginam o quanto a demanda influenciou no crescimento do
turismo brasileiro e o grande potencial econômico que eles proporcionam. Elas
podem investir em transportes coletivos/turísticos adaptáveis, os hotéis
treinarem seus funcionários e exigir
curso de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) dos futuros cooperadores. Já no setor público existem algumas ações por
causa dos eventos internacionais como o da Copa de 2014 e o das Olimpíadas
de 2016, pois o governo brasileiro é
obrigado a cumprir algumas exigências dos comitês internacionais. Ainda há
muito que se fazer, pois o turismo mundial está em alta e os cidadãos
brasileiros estão viajando cada vez mais.
As políticas públicas devem fazer parte dos projetos e das ações que
visam dar mais qualidade de vida e uma acessibilidade decente aos turistas
portadores de necessidades especiais. Afinal de contas o turismo é para todos.
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