Turismo no meio rural de Mogi Mirim

Antes de iniciar, eu gostaria de conceituar sobre o turismo no meio rural; segundo o Mtur (Ministério do Turismo) o "Turismo no meio rural é o conjunto das atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade"  

O meio rural pode ser bem aproveitado para o turismo. Não só as propriedades, como também os atrativos e produtos existentes no campo podem ser uma opção para os turistas e uma oportunidade para os que nele vivem.

Partindo desse conceito podemos falar um pouco sobre a imensa riqueza rural que está ao redor do nosso município e na baixada mogiana. Nós somos privilegiados por possuir um fator turístico natural diversificado e composto por algumas características ruralistas que ainda persistem nos dias atuais.

Não precisamos ir muito longe para notarmos que os sítios, chácaras e pequenas fazendas tem muita coisa  para nos oferecer, como por exemplo: a simplicidade do homem do campo, a hospitalidade e receptividade caipira, a gastronomia, além do comércio de produtos da própria roça (queijo, legumes, frutas, pães e etc.). Quem algum dia já não foi na casa dos avôs, lá no sítio, para correr atrás das galinhas, brincar com o velho e bom pangaré, subir no trator e simular um arado, mergulhar e pescar no açude, além de muitas outras coisas. Pois é! Se algum dia você fez algo parecido com isso, então posso lhe garantir que você já fez um Turismo no Meio Rural.

Curtir a natureza de forma sustentável e prazerosa já é moda, porque são muitas as pessoas "fogem" dos grandes centros urbanos e se refugiam na nossa região em busca de sossego e tranqüilidade e muito verde. Mas por outro lado devemos ser racionais e entender que o homem do campo já não vive mais seus momentos de glórias como foi no passado, porque a economia tomou outro rumo fazendo com que o agricultor diminuísse ou abandonasse sua principal característica: a produção agrícola. 

Para suprir este desfalque a atividade turística veio para somar, ou seja, ser um complemento extra na renda familiar do homem do campo, daquele que teve sempre o seu sustento provido pela terra. 

Praticar o turismo no meio rural é incentivar o desenvolvimento e o complemento de renda no campo, proporcionando mais qualidade de vida para quem oferece e para quem busca este tipo de segmentação turística. A baixa mogiana possui belíssimas propriedades rurais que podem fazer jus aos estudos feitos pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. É somente uma questão de tempo e de conscientização para que haja políticas públicas municipais determinadas em querer fomentar este tipo de turismo. Assim caminharemos para a realização de mais este sonho juntamente com o setor público e privado.

O coiote e o turismo

Quem nunca assistiu a série de desenhos do papaléguas e seu arqui-inimigo o coiote, que arduamente elaborava planos para capturar a destemida ave veloz? Parece ridículo, porém há de se tirar o chapéu para um ser dotado de uma insistência e facilidade para a elaboração de planos estratégicos  e logísticos.  Apesar de nunca ter conseguir êxito em  suas estratégias, o coiote jamais desistiu de buscar outras opções e nunca abriu mão do seu foco.

No turismo não é muito diferente, porque a todo momento construímos ideias e buscamos soluções para superar as expectativas do negócio e do próprio turista. Jamais conseguiremos agradar a todos, mas devemos agir com excelência para atingir pelo menos uma maioria, porque a qualidade de qualquer negócio está na positividade e aceitação por parte da demanda.  Se as mudanças causam medo, mais um motivo para trabalharmos esse lado, pois medos fazem com que tenhamos prudência naquilo que idealizamos. Ao projetar um plano de ação devemos ter a convicção de que ele será a melhor opção para resolver tal problema, caso contrário já estará condenado ao fracasso. No turismo a atenção deve ser redobrada, pois dificilmente o turista dará outra chance, por isso os erros nesse ramo devem ser o mínimo possível. Por outro lado, errar é inevitável, contudo nunca desista de ser criativo e de buscar novas ideias, mesmo que falhe novamente, mas tente outra vez. Veja só o coiote, ele jamais desistiu de sua presa e por isso estava sempre pronto para rabiscar novos planos. Seja inovador com o turismo, nos últimos tempos notamos a falta de empreendedores que escorregam 10 vezes, mas se levantam 11. É lamentável que haja poucos estrategistas "coiotes" num universo de turismo tão amplo como é o caso do Brasil, ainda mais com a vinda dos grandes eventos internacionais. Nunca estivemos tão ansiosos para recepcionar turistas estrangeiros como estamos atualmente, tudo isso porque haverá um desenvolvimento ímpar, jamais visto pelos brasileiros e no trade turístico. Por isso é que vale a pena ser o coiote da vez, buscar estratégias e jamais desistir dos sonhos.

Turismo Adaptável é real

Expor reflexões sobre este tema é preciso fazer parte desta realidade, porque somente pode expressar tamanha dificuldade quem está inserido nela. No ponto de vista técnico pode-se dizer que o nosso turismo está anos-luz de se tornar um país comprometido com este perfil de turista que vem aumentando a cada ano que passa. Tempo atrás conheci um cadeirante que me fez a seguinte pergunta: "Por que não há uma estrutura específica para nós, cadeirantes, se pagamos impostos e viajamos como qualquer outra pessoa?". Uma baita pergunta que exigiria uma baita explicação dos órgãos responsáveis pelo turismo nacional. É fato que os deficientes ou portadores de alguma necessidade física venham sofrer com a falta de projetos ou ações que possam reverter a atual situação. No turismo é muito raro encontrar atrativos que possam oferecer recursos a este público, pois se exige uma dinâmica muito bem preparada para proporcionar o bem estar do usuário. Um exemplo muito bem referenciado é o Parque dos Sonhos na cidade de Socorro/SP, que vem chamando a atenção pela sua excelente gestão segmentada no Turismo Adaptado.  É um local rodeado pela natureza, possui monitores capacitados para lidar com o público portador de necessidade especial, infraestrutura condizente com o ambiente, enfim é tudo que um turista especial necessita para sentir as mesmas emoções que um turista comum possa também sentir.

As empresas privadas do setor turístico estão muito tímidas em relação aos investimentos para esse segmento, isso porque elas não imaginam o quanto a demanda influenciou no crescimento do turismo brasileiro e o grande potencial econômico que eles proporcionam. Elas podem investir em transportes coletivos/turísticos adaptáveis, os hotéis treinarem seus funcionários  e exigir curso de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) dos futuros cooperadores.  Já no setor público existem algumas ações por causa dos eventos internacionais como o da Copa de 2014 e o das Olimpíadas de  2016, pois o governo brasileiro é obrigado a cumprir algumas exigências dos comitês internacionais. Ainda há muito que se fazer, pois o turismo mundial está em alta e os cidadãos brasileiros estão viajando cada vez mais.  As políticas públicas devem fazer parte dos projetos e das ações que visam dar mais qualidade de vida e uma acessibilidade decente aos turistas portadores de necessidades especiais. Afinal de contas o turismo é para todos.

O turismo é para sempre. A Copa 2014 não.

Turismo e copa 2014 são indissociáveis. Independente do Brasil ser o país do futebol, ele também é o país de um turismo encantador e possuidor de uma beleza natural poética. O mundo mudou e com isso os desafios também se propagaram de uma forma desordenada, principalmente na economia. Já o turismo pegou carona com essa transformação e buscou  conquistar adeptos de todas as classes, raças e perfis para demonstrar seu poderio de desenvolvimento socioeconômico. Engana-se quem pensa que o turismo é somente para os ricos e poderosos, atualmente as classes “b” e ”c”  vem conquistando seu lugar ao sol, pois cresce cada vez mais a demanda desses grupos.  Não é por acaso que as grandes operadoras de turismo estão em alta com os seus pacotes regionais via terrestre e os famosos bate-e-volta (sai pela manhã e retorna a tarde). Também estamos as vésperas de receber aproximadamente 7 milhões de turistas estrangeiros por causa da copa de 2014, com isso o governo articula bilhões de reais para investir em infraestrutura, capacitação de mão-de-obra e em todos os setores envolvidos com o trade turístico. Vale ainda lembrar que o Mtur (Ministério de Turismo) possui uma ação de regionalização do turismo onde busca desenvolver nos Crusters, ou seja, nas áreas vocacionada  uma identidade turística própria.

Todos os esforços das esferas públicas Federal, Estadual e Municipal, de particulares e  dos agentes multiplicadores são extremamente importantes, porque estamos fazendo algo que ira refletir no futuro das novas gerações, afinal de contas a Copa de 2014 será realizada em apenas 30 dias, já o turismo é para sempre.

Mototurismo e o Circuito das Águas Paulista

Que tal fazer um mototurismo? Um passeio de moto visitando várias cidades e seus atrativos turísticos. Aqui vai uma sugestão para quem deseja percorrer algumas cidades com a moto por uma região que virou referência nacional.  O circuito das Águas Paulista possui 8 cidades com paisagens  exuberantes caracterizadas por uma natureza ímpar que somente esta região é capaz de oferecer aos turistas que estão em busca de novas aventuras. O clima é ameno, a água de excelente qualidade, verde em abundância, a hospitalidade é interiorana, além de fazer parte do cenário histórico cafeeiro. Toda esta  maravilha localiza-se na Serra da Mantiqueira a leste do Estado de São Paulo e ao Sul do Estado de Minas Gerais, além do mais o circuito está se preparando e capacitando para receber os mais variados perfis de visitantes. São elas as cidades deste circuito: Águas de Lindóia, Lindóia, Amparo, Jaguariuna, Monte Alegre do Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro.

Para percorrer essas cidades sem desgrudar os olhos do belíssimo roteiro, vale a sugestão de fazer o passeio com moto. Isto mesmo! É uma prática muito comum no exterior e que agora chegou ao Brasil para ficar e conquistar muitos adeptos. Não há necessidade de ser um aventureiro profissional, basta ter uma boa moto e aguçar a curiosidade de conhecer novos lugares,  pessoas, culturas, costumes, histórias, gastronomias e tudo que a boa receptividade possa oferecer.

Na maioria das viagens existem algumas dicas e sugestões que valem a pena disponibilizar aos turistas, principalmente quando se tratar de um "modal" (meio de transporte) atípico aos convencionais utilizados para fazer turismo.

Uma moto é econômica, rápida, porém exige uma atenção redobrada em relação a outros veículos. Mas vale a pena seguir algumas orientações básicas antes de seguir viagem de moto, seja no Brasil ou no exterior, os cuidados são os mesmos.  Logo após traçar uma rota o motoqueiro ou aventureiro deve confirmar os documentos pessoais e o da moto. Por exemplo se for viajar para Mercosul é preciso ter passaporte ou RG, a Carta Verde (um documento de seguro obrigatório), os documentos da moto devem estar no nome do condutor, caso contrario dever ser feita uma declaração reconhecida em cartório e com a autorização do proprietário. No caso dos EUA e da Europa há a necessidade de possuir a Permissão Internacional para Dirigir, que pode ser expedida no órgão de trânsito estadual. O que levar? Aqui deve ser mais específico, nada de mais para um bom motoqueiro: vela de ignição, emenda de corrente, reparo instantâneo de pneu sem câmara, cabos de embreagem e acelerador, além de um kit de primeiros socorros. Pronto. Agora é avisar a galera, encher o tanque e partir para aquela que será a maior aventura turística de moto já feita em toda sua vida. Se for a primeira viagem vale a pena optar em fazer um passeio curto do tipo bate-e-volta, ou seja, vai pela manhã e volta a tarde. Mais um motivo para prestigiar o Circuito das Águas Paulista, pois as cidades são próximas uma das outras, tornando assim um passeio maravilhoso. Boa viagem e tire muitas fotos!