De algum tempo pra cá venho acompanhando a mídia sobre a relação existente entre o turismo brasileiro e a Copa do Mundo de futebol. É lamentável ver a barbárie que cometem ao nosso patrimônio nacional, o turismo. A sequência de erros são infinitas porque não houve um planejamento adequado à altura de um evento internacional, ainda mais num país que impera a corrupção e o famoso jeitinho brasileiro.
Um fato curioso é a insistência dos meios de comunicação afirmarem, através dos noticiários, que o nosso turismo já está PRONTO para receber os gringos. Somos obrigados a engolir que nossos aeroportos estão prontos, os taxistas e os frentistas já são bilíngues, a sinalização está perfeita, o trânsito flui bem, e pasmem: temos a melhor segurança do planeta. Isto é conversa para estrangeiro ver, pois vivemos num país que não valoriza o turismo como ele deveria ser realmente reconhecido. Nosso meio de transporte (aéreo, terrestre e marinho) está sucateado, nossa mão-de-obra não possui qualificação básica o suficiente para atender um turista estrangeiro, nossa hotelaria cobra ações do poder público para viabilizar a vinda de visitante aos municípios de intenções turísticas, enfim se prega um turismo cor-de-rosa que somente nos quadrinhos de gibis podemos ver.
Recentemente vi uma reportagem de aproximadamente oito minutos que mostrou vários aeroportos brasileiros que não conseguiram ultrapassar os 50% das obras exigidas pela FIFA. A vergonha vais mais além quando as empreiteiras afirmam que só poderão concluir o restante a partir de 2015, ou seja, depois da Copa do Mundo de Futebol de 2014. O aeroporto de Fortaleza tem apenas 24% das obras concluídas, o pior dessa barrocada é saber que o governo brasileiro irá montar um plano estratégico emergencial para suprir esse problema. Isso em termos de valores é igual a 3 milhões e meio para fazer um puxadinho emergencial, contra os 350 milhões orçados pela empreiteira para a conclusão das obras.
O turismo precisa de mobilidade rápida e segura, hotelaria moderna, prestadores de serviços capacitados e comprometidos com a receptividade turística, senão estaremos a um passo do abismo que manchará por longos e longos anos a nossa imagem. A lição de casa é simples, planejar com 10 anos de antecedência um evento que atrairá milhões de turistas, caso contrário levaremos a fama de país do terceiro mundo subdesenvolvido e atrasado com as obrigações.